Mas afinal, o que significa o “Novo Normal”?
Em 2020, estamos vivenciando uma transformação nas preferências e expectativas das pessoas enquanto cidadãos, funcionários e consumidores
Sociedade, economia, política e cultura são redefinidas diante de determinadas situações e períodos. Em 2020, já é possível perceber mudanças significativas em hábitos como no trabalho, com a aderência do home office; na alimentação, com o aumento da ingestão de alimentos saudáveis; no consumo, com o disparo das compras online; na saúde, com uma maior atenção ao corpo; e, sobretudo, no conforto, com a reconexão com as próprias casas. O “novo normal” chegou.
E este momento de transformação mostra como podemos sempre (re)adequar nossas rotinas para algo que faça mais sentido com o que estamos vivendo. Hoje, por exemplo, criar uma sociedade mais consciente, responsável, empática e ainda mais digital. Não há dúvidas: estamos caminhando para um novo mundo marcado por engajamento, conectividade, ativismo e, acima de tudo, valorização da transparência como premissa para construir relações. São novos hábitos que provavelmente permanecerão para sempre, que marcarão de fato a entrada do Século XXI. Seja bem-vindo, “novo normal”.
A própria ONU já criou diretrizes que moldarão essa nova sociedade: responsabilidade compartilhada, solidariedade global e ação urgente para as pessoas necessitadas, que demandam a proteção de empregos, empresas e meios de subsistência para iniciar uma recuperação segura das sociedades e economias o mais rápido possível, de modo a percorrer um caminho mais sustentável, com igualdade de gênero e neutro em carbono – um caminho sem volta ao “antigo normal”.
Parece até uma nova sociedade, não? Montamos este infográfico que mapeia como o mundo desacelerou e como as pessoas estão se reconectando com as atividades mais essenciais de suas rotinas, seja no quesito de saúde, na vida familiar, no aprendizado contínuo, na informação e/ou no jeito que consumimos.
Confira!
Precisamos entender que a mudança é constante. O momento nos ensinou que podemos fazer grandes transformações quando somos convencidos de que vale a pena. Questões globais como mudanças climáticas e crescimento das desigualdades pressionam sociedades e negócios rumo a essas modificações.
Também é preciso entender que a transparência e a inclusão hoje são regras. A Geração Z, vanguarda desse “novo normal”, já possui essas características. Afinal, é uma geração hiperconectada, que transita por múltiplas comunidades e que gosta de fazer parte de diversos grupos. Finalmente, estamos começando a incorporar essas tendências em nosso dia-a-dia, como visto no infográfico.
Mas, vale dizer que nem só essas grandes mudanças são as significativas. O livro “Exponential Organizations”, de Salim Ismail e Yuri van Geest, publicado em 2014, desperta insights interessantes que podem ser aplicados a esse “novo normal”. Um exemplo é como uma inovação rotineira, não aquelas megalomaníacas como o nascimento do conceito de smartphone, surge e provoca mudanças inesperadas em diversos setores da sociedade, cria novos negócios e até mesmo muda hábitos do nosso dia-a-dia. Pegam uma dor que a gente não sabia que tinha e oferece antecipadamente uma solução.
Um exemplo claro de mudança que está acontecendo é a adoção massiva do digital, como mostrado também no infográfico. De acordo com uma pesquisa feita em parceria pela Hubspot e We Are Social, mais de 139 milhões de pessoas têm contato com a Internet no Brasil. Isso representa uma penetração de 66% do total da população. Desse número, 85% fazem isso todos os dias.
Esses números mostram que há uma grande oportunidade para interagir com potenciais clientes e também para fidelizar sua marca. É importante saber explorar isso de forma planejada.
Presença digital era uma regra para sobreviver ao mundo que se desenhava. Depois de 2020, presença digital é imprescindível para nascer e se desenvolver no “novo normal”. O delivery, o GPS à palma da mão, plataformas que fortalecem o comércio local e conectam voluntários à ações sociais, aplicativos que monitoram e oferecem soluções de exercícios, saúde e alimentação são alguns dos serviços que já são essenciais.
E os dados corroboram isso. Nos últimos 2 meses, segundo os resultados de pesquisas feitas semanalmente pela consultoria MindMiners: 49,25% dos brasileiros estão procurando o online para se capacitar mais; e 51% dos brasileiros já estão comprando mais pela internet ou por aplicativos - houve um aumento de 21,25% no uso de aplicativos de delivery.
Outro exemplo que vai nessa linha é o trabalho remoto. Primeiro temos a questão da redução de deslocamentos, que pode trazer benefícios como: diminuição de emissões de gases de efeito estufa e outros poluentes e prejuízos causados por congestionamentos. Em um mundo onde o “novo normal” tem a sustentabilidade como regra, parece ser uma tendência forte a ser seguida.
Em um levantamento deste ano da empresa de software de marketing digital Buffer e da agência de trabalho remoto AngelList com 3,5 mil pessoas que trabalham total ou parcialmente de forma remota, 98% delas disseram querer continuar no regime pelo resto da carreira.
O principal benefício mencionado pelos participantes segue sendo a flexibilidade de horário e local de trabalho. Para as duas empresas: “a pergunta não é mais ‘o trabalho remoto veio para ficar?’. Parece, inclusive, que o trabalho remoto é o novo normal".
Não é uma tendência nova, mas agora foi democraticamente validada. Não há mais uma figura turva acerca de produtividade e comprometimento de colaboradores trabalhando de suas casas ou de onde quer que estejam.
Esses são alguns exemplos palpáveis de como, de fato, a sociedade vem mudando. Façamos nossa parte para que o tão esperado “novo normal” seja uma alternativa mais responsável e, em última análise, viável para todos nós.
Alguns países em que a crise do novo coronavírus já começou a passar se depararam com uma nova realidade: antigos comportamentos foram substituídos por hábitos de higiene reforçados, mudanças no modo de trabalho e até na forma com que as crianças vão às aulas. É o novo normal, em que o cuidado para evitar novas contaminações é a regra.
O novo normal no curto e médio prazo
Devemos abordar esse novo normal em dois momentos: o imediato da resposta ao novo coronavírus, até a ampla distribuição de uma vacina, e o posterior.
No curto e médio prazo, veremos adaptações em estabelecimentos para garantir maior segurança aos clientes, como a padaria em Florianópolis, por exemplo, que está praticando o distanciamento com figuras humanas impressas em tamanho real.
Veremos também muitos vidros/acrílicos separando pessoas, o uso de máscaras faciais e a constante higienização. Já grandes eventos presenciais devem ficar fora do panorama por algum tempo.
O próprio comportamento do consumidor continuará sendo afetado nesse período. As tendências de encasulamento, de preferir as compras pela internet e de apoiar marcas que praticaram boas ações frente ao coronavírus estão bem documentadas em diversas pesquisas.
O novo normal no longo prazo
O próximo passo é identificar mudanças mais profundas na vida em sociedade, nos hábitos de consumo e no mercado de trabalho.
No longo prazo temos três cenários possíveis:
Algumas tendências serão intensificadas para quem já estava mais familiarizado com elas;
Algumas pessoas descobrirão novas possibilidades pela força da experiência, como fazer compras na internet pela primeira vez;
Mas certas coisas realmente não mudarão e veremos filas em lojas e aglomerações à menor oportunidade.
O que nos interessa com relação ao novo normal é o que tem alto potencial de mudar.
Além disso, as tendências de consumo do curto e médio prazo continuarão para parte dos consumidores. Outros voltarão a fazer as coisas como sempre fizeram.
Mais do que nunca, os diversos segmentos de mercado e as marcas devem entender as especificidades de cada público-alvo. A tomada de decisão dos negócios precisa ser orientada por dados atuais para saber como agir de acordo.