Sill Tatto em entrevista ao Programa Sete e Meia da Educadora Dois Vizinhos #tbt

23 de fevereiro de 2023    531 views

Na quinta-feira, 16, a convite de Renata Pagnoncelli Deconto, fui a entrevistada do Programa Sete e Meia da Rádio Educadora de Dois Vizinhos.

Foram 40 minutos de muita história! Contei em detalhes como foi meu início na comunicação, isso há 34 anos atrás, quando incentivada pela prima Eliana Venturim Manfredi, levei minhas poesias nos jornais da cidade de Pato Branco, onde eu morava, minha cidade natal! E por algumas vezes fui entrevistada também naquela época, entre 13 e 15 anos de idade. 

Me apaixonei pelo meio! Gostei dessa coisa de contar a história das pessoas e passei a desejar, desde então trabalhar num jornal, para já ir praticando, aprendendo, mesmo antes de me formar em jornalismo. 

Nessa vontade e interesse pelo trabalho fui incentivada pelo responsável da sucursal do Jornal Estado do Paraná, Edgar Riekher (in memorian) a começar em uma Rádio, já que eu não tinha idade para estar na faculdade... disse que na rádio eu aprenderia o que precisava para trabalhar num jornal.

Ai comecei uma maratona, visitando a emissora de rádio, para a qual recebi indicação. Eu era menor de idade e isso complicava um pouco. Até tentei mudar de emissora. Mas foi em vão... não passava nos testes...

Até que um dia consegui uma vaga no departamento comercial da rádio e, feliz da vida me dediquei para as vendas, quando logo surgiu oportunidade de mudar para o departamento de jornalismo. Lá eu sintetizava as notícias dos principais jornais impressos da cidade e região, e montava o noticiário para o apresentador, na época Adair Kill e Márcio Loss, ler. Além de desenvolver os textos para as propagandas que eram veiculadas na emissora. 

O tempo passou e surgiu um horário à noite, o diretor da rádio, na época, Jorge da Rosa (in memorian), pediu se eu queria aproveitar o horário para praticar a locução... mas já adiantou que não iria me pagar. Disponibilizaria o horário e o sonoplasta para que eu pudesse aprender e me tornar uma locutora. Aceitei sem pensar duas vezes. E assim fiquei lá aprendendo de segunda a sexta, das 20h00 às 21h00. Era Rádio Cidade de Pato Branco. 

Minha alegria não durou muito. O horário passou a ter audiência... e cresceu os olhos do pessoal. O diretor vendeu meu horário para um locutor de fora... e me deu o final de semana pra continuar aprendendo locução... dai fiz uma parceria com ele. Eu vendia os anúncios e ficava com 60% do valor e 40% repassava para a emissora.

Assim permaneci um bom tempo por lá. E durante a semana como estava livre, consegui uma vaga no jornal Correio do Paraná, esse foi o primeiro jornal que publicou minhas poesias, lá quando eu ainda tinha 13 anos. O veículo fechava e reabria por várias vezes... havia um tempo que estava inativo... De repente um dia andando na rua encontrei seu Claudio Serena (in memorian) e me orientou que eu procurasse o Marins no Correio do Paraná, pois tinha reaberto.

Fui lá para outros assuntos e aproveitei para negociar uma coluna com ele. Logo surgiu oportunidade de ocupar uma vaga na diagramação e então fui contratada como estagiária. E fiquei ali por alguns meses... estava tudo indo bem, até que o proprietário do Jornal comprou a Rádio que eu trabalhava, e desligou todos os funcionários inclusive os terceirizados. O senhor que me incentivou a trabalhar na rádio, seu Edegar foi dirigir a Rádio. Pensei que eu teria oportunidade de continuar lá, mas não.

Em seguida o Marins se desligou do jornal e o proprietário decidiu novamente fechar o veículo. E eu fiquei sem o trabalho na Rádio e sem o Jornal.

Comecei me lembrar de quanto foi difícil conquistar um espaço por mérito e dedicação. De quanto foi dolorosa minha ida de porta em porta implorando uma oportunidade. Eu só queria trabalhar, aprender... Eu era uma menina, jovem e sonhadora, mas cheia de vontade de crescer.

E via que tudo ia se repetir. As portas iam se fechar e agora estava sofrendo porque além de querer muito trabalhar no jornal eu tinha me apaixonado também pela comunicação do rádio...

Dei um tempo para a Rádio. Mas o jornal... 
Eu via os rapazes fazendo jornal de bar, como chamava na época e decidi fazer um também. Não de bar, parecido, entregava no comercio, nas livrarias, bancas e assim surgiu o Monalisy, nessa época eu já tinha meus 19 anos.... puxa! Como passou o tempo e eu nem vi (risos). 

O ano era 1995 e eu estava feliz desenvolvendo meu empreendedorismo. Só que claro, naquela época essa palavra nem existia no meu vocabulário.

O Monalisy encerrou suas atividades em dezembro de 1996. Quando fui indicada para trabalhar numa terceirizada da Sadia de Dois Vizinhos. Vim até aqui dia 19 de dezembro, conheci a empresa e o trabalho. Conheci também o dono dela, Idalino Menegotto, em Francisco Beltrão, ele me contratou e comecei a trabalhar dia 23 dezembro de 1996. Mudei para Dois Vizinhos num domingo, 22/12/96. Morei por uns dois ou três meses na casa dos meus primos Osmar e Eliana Manfredi, ele que havia me indicado para a vaga. 

Como eu não cumpria horário fixo, era flexível, tentei uma oportunidade na Rádio Educadora e tinha um jornal também, mas o Valdir Pagnoncelli (in memorian), já havia encerrado suas atividades. Fiz um teste na AM, não passei... aí enterrei de vez todo o desejo e a vontade de trabalhar numa emissora de Rádio.

O pessoal do Diário do Sudoeste me encontrou em Dois Vizinhos e fiz uma parceria de trabalho como quase uma freelancer do jornal. Mas foi por pouco tempo. 

Passado seis meses que eu estava morando em Dois Vizinhos, o Marins veio morar comigo. Ele tinha tentado abrir um jornal em São Jorge D´Oeste, mas não deu certo os acordos com a administração da época. Dei a ideia para que fundasse aqui o jornal, pois tinha somente um encarte do Jornal de Beltrão.

Foi então que o Marins buscou parcerias e através do Claudio Schio (in memorian) e seu sócio Itacir Bonatto, da Gráfica Impressul, conseguiu desenvolver o Nosso Jornal, posteriormente mudou de nome para O Cadernão. E na metade do ano de 2001, vendeu para o Grupo Diário (de Pato Branco). Eles investiram aqui. Transformaram um jornal mensal em semanário. Colocaram cores e um novo jornal surgiu: Correio do Iguaçu e posteriormente Correio Vizinhense. 

Assim como no Nosso Jornal e no O Cadernão, eu somente ajudava, bem de leve... no Correio Vizinhense também, tinha um toque meu lá, porque assinava a coluna Mulheres Notáveis. Entrevistei, destaquei e evidenciei muitas mulheres de Dois Vizinhos.

O Grupo resolveu mudar um pouco as diretrizes jornalísticas do jornal e foi ai que o Marins se desligar do Correio Vizinhense. E já na sequencia retomamos nosso trabalho e o nosso propósito que era continuar sobrevivendo da comunicação. Fundamos juntos em fevereiro de 2003 o Tribuna dos Lagos. O Marins se aposentou, mas continua... hoje quem me ajuda é ele. No início do Nosso Jornal eu que o ajudava, agora é o contrário! (risos)

Desde 2016 que estou sozinha na empresa. Mas a linha editorial continua a mesma. Estamos aqui com o propósito de preservar as boas memórias de Dois Vizinhos. Destacar empresas, pessoas e serviços. E deixar a história registrada para a posteridade.

Aos poucos aqui nos tornamos conhecidos, o Marins e eu. E cada vez mais respeitados como veículo de comunicação.

O Marins chegou aqui com uma malinha, e conseguiu visitar a pé uma grande parte dos comerciantes da época. A maioria fez assinatura do jornal. Ele ia fazer matérias também a pé... longe. Registrou a inauguração da primeira faculdade de Dois Vizinhos, a Vizivali e de muitos outros acontecimentos históricos para o município. 

As coisas não eram fáceis para nós, sempre foi uma luta grande para viabilizar recursos pra manter o jornal, pagar gráfica, pagar outras despesas do jornal e nos manter... Contamos com ajuda da Adelita Marins, minha cunhada, que além de ajudar pagar dividas de gráfica, deu um carro pro Marins poder realizar melhor seu trabalho. Abri mão de uma parte de minha herança para também investir na empresa. Mas sobrevivemos a tudo e conseguimos aprender um pouco mais sobre administrar um negócio e entender que por mais que nosso trabalho seja realmente importante para o mundo, tem coisas que não valem a pena. 

As redes sociais chegaram muito fortemente e até assuntando as mídias tradicionais. Não é a mesma coisa nem para TV, quanto mais para os outros veículos. 

Com o tempo a gente percebeu que poderia fazer uma aliança com a internet e hoje tudo flui amigavelmente entre o impresso e o digital. Mais trabalho talvez, mas já tinha amado a ideia do site... nele, conseguimos postar todas as fotos que tiramos em um evento, por exemplo, já que no impresso não cabe tudo. E depois amei mais por  poder além de mostrar a imagem, falar em um vídeo, entrevistar e mostrar a pessoa e a sua empresa. Mostrar os acontecimentos da cidade toda seja político, social ou cultural, na área que for, em tempo real, é algo incrível, maravilhoso, grandioso!

Agradeço imensamente a Renata e a Rádio Educadora, pelo convite, pelo espaço e a oportunidade de poder contar um pouco de como foi minha trajetória, no início da minha carreira e de como foi chegar aqui, após 34 anos caminhando...
Sai da minha terra natal em 1996, uma jovem cheia de sonhos, me estabeleci aqui na cidade vizinha, como uma comunicadora e empreendedora, como se define nos dias atuais.

Agradeço sempre a Deus por tudo que experênciei. À minha família - pai, mãe e irmãos (ãs). Ao Marins por compartilhar tantos anos de trabalho e ao povo dessa cidade iluminada que é Dois Vizinhos, pessoas queridas que sempre nos apoiaram. 

Eu decidi ser a dona do meu caminho. As portas que se fecharam eu deixei pra trás. Fui em frente e abri outras com a força que Deus me deu. É essa força que me move até hoje. 

Tudo isso não foi sempre bem claro para mim. Mas no ano passado eu tive a certeza brotando muito fortemente do meu coração. E hoje tenho um novo propósito. Além do que eu já tinha que é o de destacar pessoas, empresas e serviços e desenvolver uma comunicação saudável, edificante que possa elevar a energias das pessoas eu agora tenho uma nova missão, que é trabalhar não somente para a sobrevivência, mas para um legado maior que esse que estamos deixando. Um legado de educação, de aprendizado de crescimento, não só para mim, mas, oportunizando outras pessoas.

Aqui acabei contei outros detalhes que na entrevista não tem... por isso te convido assistir o vídeo que está no link abaixo para me conhecer um pouco mais!!!

Gratidão sempre! A vida que tenho, a todos que me cercam em especial ao pai e a mãe que tive! Obrigada Deus criador pela sua infinita bondade!!

 
 
 

Dom Pedro I, 212
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